sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Amanhã Será Outro Dia

Hoje estive envolvido numa troca de ideias com um amigo, e acabámos por descobrir uma forma interessantíssima ( pelo menos, na nossa perspectiva) de conseguir obter mais tempo de férias que aquele que nos é estipulado.
Ora bem, antes de mais, é necessário estar ciente de que um dia é, como qualquer pessoa que já completou pelo menos quatro primaveras sabe, limitado por duas noites, ou seja, quando acaba uma noite, surge um novo dia, que termina com o início da noite seguinte. Este facto pode parecer completamente superficial ( ou, por outras palavras, estúpido ), mas adiante vão entender porque o referi.
Tendo em conta que o período de férias de que cada pessoa dispõe por ano, é estipulado em determinado número de dias, o ideal para qualquer pessoa que goste de usufruir deste pequeno "miminho" que alguém um dia decidiu inventar ( ou seja, qualquer pessoa normal, ou simplesmente preguiçosa) seria poder prolongar cada dia para o máximo de tempo possível. Neste momento sinto-me capaz de noticiar que descobri a fórmula ideal para esse efeito. Para que não percam a paciência, passo a explicar, passo a passo, o que têm a fazer para só voltar a sair de casa para se deslocarem para o trabalho/escola num futuro muito longínquo.
Antes de mais, é necessário estar, efectivamente, de férias ( como é óbvio), e também não ser daquele género de pessoas que gasta todas as poupanças de um ano de trabalho na primeira noite em que pode divertir-se como se não existisse dia seguinte. O passo seguinte ( e para surpresa de muita da boa gente que está a ler, o último) é viajar para o continente Antárctico ( para quem não conhece, o continente que rodeia o Pólo Sul do nosso planeta). Desta forma, cada dia será equivalente a seis meses nos outros continentes terrestres, e cada noite equivalerá a outros seis meses, e assim, em vez de, por exemplo, vinte e dois dias de férias, poder-se-à usufruir de vinte e dois anos de férias ( provavelmente, o sonho da maioria da classe trabalhadora a nível mundial). Pois é, também eu fiquei surpreendido por algo com que tanta gente sempre sonhou estar ao alcance de uma simples viagem, mas já reservei o meu lugar num dos navios de pesca da baleia.
De início, poderão pensar que num local em que o solo está gelado e no qual não existe praticamente qualquer ser humano ( vivo ) as férias não serão interessantes, mas acreditem que, estando lá, logo terão várias actividades à vossa disposição, como por exemplo tentar sobreviver. Outro factor que abona a favor da minha teoria é o facto de, neste local, não existir qualquer forma de gastar dinheiro, pelo que, quando quiserem voltar de férias, terão exactamente o mesmo valor na conta bancária que quando partiram para lá. Quando terminarem o período de férias, se, por acaso, quiserem usufruir de mais um dia (entenda-se "mais seis meses") sem trabalhar, existe sempre a solução de telefonar ao patrão e dizer que, devido à constante temperatura baixa, a vossa saúde foi afectada e não se encontram em condições de efectuar o vosso trabalho com eficácia ( ou simplesmente, baldar-se ao emprego, porque provavelmente já ninguém dará pela vossa falta).
Para finalizar, e esta é a melhor parte, quando voltarem ao local de trabalho, provavelmente já estarão na idade da reforma, e assim a rambóia continuará até ao final da vida, desta vez num local completamente à vossa escolha e, ainda por cima, gastando o dinheiro oferecido pela mesma entidade que esteve vários anos à espera que voltassem de férias.
No mínimo, genial!


A colocar o cachecol e o gorro na mala, D.Parreira

sábado, 4 de agosto de 2007

O Poder da Publicidade

Há já algum tempo que tenho vindo a reflectir sobre este assunto, e hoje decidi partilhar os meus pensamentos contigo, leitor.
Hoje em dia somos bombardeados diariamente com autênticas Lady Mary's de publicidade, não só na televisão, como também na Internet, nos jornais, rádios, pequenos panfletos que nos são depositados na caixa do correio ou simplesmente cartazes colados nas paredes, paragens de autocarro, postes eléctricos ou em estruturas construídas para este efeito. Muitos de nós vêm e ouvem os anúncios publicitários como algo banal, e conseguem manter-se praticamente imunes à lavagem cerebral que nos tentam fazer para comprar determinados produtos ou frequentar determinados estabelecimentos comerciais; outros, não resistem a este atentado e correm a comprar tudo aquilo que se diz estar "em promoção", "em saldos", tudo aquilo que se diz "ter melhor qualidade", "ser mais rentável", tudo aquilo que é "light", "sem gordura" ou que "combate o colesterol e ajuda o seu sistema imunitário a defender-se das agressões exteriores", ou simplesmente tudo aquilo que, supostamente, não tem nada de vantajoso, mas por ter um novo nome ou um anúncio muito apelativo, deve ser algo de extraordinário; outros vêm a publicidade de outra forma, como eu, desde que tive este rasgo filosófico acerca deste mundo perigoso que é a Publicidade e o Marketing.
Tudo começou quando, um dia destes, fui à casa de banho de minha casa para efectuar a habitual "cagadela antes de dormir", e reparei que o papel higiénico ao qual limpei o meu traseiro tinha um tom "cor-de-rosinha" apaneleirado; e foi aí que me surgiu esta questão tão filosófica: Como é que raio se decide comprar um papel higiénico rosado, em vez de um branco, preto ou multi-colorido? - e também: Como é que se decide qual o melhor papel higiénico, entre as tantas marcas que se encontram no mercado?
Pois é, meus amigos, a publicidade leva-nos a fazer coisas que já julgámos impensáveis, mas que devido ao facto de vermos e ouvirmos tantas vezes frases que apelam ao consumismo, fazendo alusão ás vantagens de determinado produto em detrimento de outros da mesma espécie, as fazemos mais tarde ou mais cedo. E a escolha de qual o melhor material para, literalmente, limpar o traseiro, tornou-se hoje algo difícil, acreditem.
Certamente já frequentaram outra casa de banho que não a de vossa casa ( supondo que não são como aqueles energúmenos que aguentam o Sr. Castanho até este crescer tanto que lhes atrofia as cordas vocais, só para não o afogarem numa "sanita qualquer"), e com certeza que o vosso redondinho já foi limpo por vários tipos de papel higiénico diferentes; posto isto, agora eu vos pergunto: O vosso "olho que nunca vê" notou alguma diferença? - pois, o meu também não.
Tudo bem, é verdade que deve ser bastante difícil criar um bom anúncio publicitário que faça alusão a algo que serve, só e apenas, para limpar a porta dos fundos depois daquele momento de alívio que já todos sentimos; e também é verdade que se existe alguma diferença entre todos os tipos de papel higiénico no mercado, a minha porta de emergência nunca notou qualquer diferença, e no fim acabou sempre bem limpinha, independentemente de o material utilizado ser "super-absorvente", "super-suave", ou do seu anúncio conter ou não imagens de cachorros com pedigree.
Suponho que seja também verídico o facto de que limpar o nosso tubo de escape a uma folha de papel mole é muito diferente de o fazer a um ramo de alecrim, ao tronco de uma árvore ou até ( como já ouvi alguém dizer ) a uma pedra, mas é de certeza também verdade que todas as opções excepto a primeira só passam pela cabeça de alguém com um grave atraso mental, com tendências masoquistas e/ou homossexuais, ou simplesmente com um grau de estupidez e uma necessidade de auto-afirmação perante a sociedade perigosamente elevados; portanto, quando nos querem convencer que a sua marca de papel higiénico é a melhor para limpar as descargas do carburador, e que nenhuma outra proporciona tanto conforto e tanta eficácia, estão, certamente, a tentar fazer-nos passar por otários.
Depois de tanto "filosofar", decidi experimentar todas as marcas diferentes de papel higiénico que encontrei no mercado, com o intuito de manter o rabiosque limpo e bem tratado, e de encontrar alguma diferença entre os produtos, e a verdade é que, até ao momento, apenas o primeiro objectivo foi alcançado, o que reforça ainda mais a minha tese.
Posto isto, e prestando um pouco de serviço público a todos vocês que conseguiram ler esta "conversa de merda", informo-vos que qualquer marca deste tipo de papel é óptima para a limpeza anal, e que nada nem ninguém vos pode dizer qual a melhor para esse efeito, porque cada um limpa a sua fábrica de chocolate àquilo que bem entender.

Com uma enorme vontade de utilizar a retrete, D. Parreira